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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sarney dobra salário de assessor blogueiro

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Sarney

No auge da crise do Senado, o blogueiro Said Dib se referia aos senadores que faziam oposição ao presidente José Sarney (PMDB-AP) como “patetas” e “vermes golpistas”. Na época, ele era assessor de Sarney na Presidência da Casa com salário de R$ 3,4 mil.

Passada a turbulência, com Sarney livre dos processos por quebra de decoro no Conselho de Ética, Dib teve seu salário mais do que duplicado: um despacho de Sarney, publicado quarta-feira, elevou o salário do blogueiro para R$ 7,4 mil.

Dib, que se diz “assessor de imprensa de Sarney”, classifica, em seu blog pessoal na internet, parlamentares como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Nery (PSDB-PA) de “vermes golpistas”. Ontem, procurado pelo Estado, repetiu as acusações. “Quero que eles me processem. São vermes porque estão contra a instituição Senado”. No blog, ele chama o senador Renato Casagrande (PSB-ES) de “pateta”.”É uma pateta mesmo, oportunista”, afirmou.

A estratégia de Sarney para promover Barbosa foi transferi-lo da Presidência do Senado para o Órgão Central de Execução e Coordenação, vinculado à Diretoria-Geral. É um setor que abrigou – por meio de atos secretos – apadrinhados de senadores e do ex-diretor-geral Agaciel Maia.

Dib é funcionário da Presidência do Senado desde 1º de fevereiro de 2003, quando Sarney assumiu o comando da Casa pela segunda vez. Segundo os registros eletrônicos do sistema de publicação, ele sempre foi lotado na presidência, inclusive no período de outros presidentes, como Renan Calheiros (PMDB-AL) e Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).

Segundo funcionários, Dib nunca apareceu para trabalhar na presidência e, se mantiver as tarefas que vem exercendo a serviço de Sarney, não deve cumprir expediente na diretoria-geral. Além do blog pessoal, Dib cuida do site Amapá no Congresso, produzido diretamente do gabinete do Sarney com o objetivo de divulgar as atividades parlamentares do senador.

O servidor nega que a promoção salarial tenha ligação com a defesa ferrenha que vem fazendo do patrão. Ele considera baixo o salário que recebia até hoje, de R$ 3,4 mil. “Até quem vive de entregar coisas no Senado ganha isso”, disse. Na opinião dele, os ataques aos senadores não conflitam com seu cargo de funcionário da Casa. “Sou um cidadão, é algo particular, para me manifestar. O presidente Sarney é inocente de tudo.”

Fonte: De Leandro Cólon e Rosa Costa no Estadão

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